Seguro da moto: como funciona e qual escolher

Seguro da moto: como funciona e qual escolher

Perfil do condutor e tipo de veículo são alguns dos fatores que alteram o preço

A motocicleta é um veículo barato, em comparação ao automóvel, por isso se torna um meio de transporte acessível para muitas pessoas. Só que ela também está mais suscetível a furtos e acidentes. Portanto, quem quer trafegar com segurança pelas ruas do Brasil precisa adquirir o seguro da moto.

Os números ajudam a explicar por quê. Segundo dados do Ministério da Infraestrutura, atualizados em outubro de 2021, existem 24.568.159 de motos registradas no país, o que corresponde a 22,17% dos veículos em circulação. Já os automóveis marcam bem mais presença: são 53,26% da frota.

reclame

Porém, quando se observa a quantidade de ocorrências no trânsito, o panorama muda. Três em cada quatro acidentes envolveram motocicletas apenas no estado de São Paulo, de acordo com os dados de 2020 do seguro DPVAT. Essa proporção é parecida em outras regiões.

Motociclistas ainda correm mais risco de prejuízo. Basta pensar que, numa colisão com um carro ou um ônibus, o estrago material geralmente é maior no veículo de pequeno porte. Sendo assim, a contratação de um seguro pode evitar transtornos financeiros. Mas como escolher o pacote certo? É disso que trata o artigo de hoje.

Seguro da moto: como funciona?

O seguro da moto protege o veículo de avarias, roubo ou furto. Geralmente as empresas oferecem duas alternativas: o seguro compreensivo e o seguro não compreensivo.

O seguro compreensivo tem abrangência mais completa. Ele cobre danos parciais e totais, conforme descrito na apólice. Assim, se o condutor se envolver num acidente, a seguradora pagará o conserto.

Dica: Moto: o capacete certo para sua segurança

Vale lembrar que, nos casos de danos parciais, há cobrança de franquia. Isso significa que o cliente desembolsa um valor mínimo e a empresa paga o restante. Ocorrendo perda total, não há cobrança de franquia e o contratante recebe uma quantia indenizatória.

Já o seguro não compreensivo é mais específico, sendo cada cobertura vendida separadamente. Por exemplo, o motociclista pode contratar proteção apenas contra roubo ou furto. Nessa hipótese, qualquer conserto por causa de um acidente sairá de seu próprio bolso.

Tipos de incidências

Na hora de contratar o seguro da moto, a pessoa pode escolher entre diversas coberturas. A maioria das seguradoras contempla:

  • Colisão;
  • Incêndio;
  • Roubo;
  • Furto.

Além dessas incidências mais comuns, tem a assistência técnica 24 horas. O serviço é útil para situações em que o motociclista fica empenhado na estrada, devido a uma pane no motor ou um pneu furado. Num episódio desses, a empresa pode enviar guincho, chaveiro ou um técnico para resolver problemas mecânicos, elétricos e de falta de combustível.

banner

Danos materiais X danos pessoais

Uma opção interessante no pacote das seguradoras é a cobertura para danos a terceiros. Ela cobre o prejuízo causado a outras pessoas em decorrência de um acidente com a moto.

Nesse ponto, cabe diferenciar os danos materiais dos danos corporais. A categoria dos danos materiais diz respeito a avarias no veículo daquele indivíduo, como um amassado na lataria. Os danos corporais, por sua vez, estão relacionados à assistência médica ao acidentado, pagando qualquer tratamento após uma lesão ou trauma.

A apólice do seguro da moto é o documento onde constam todas as condições de contrato. Antes de fechar acordo, é importante ler atentamente as cláusulas para saber quais tipos de danos a terceiros o pacote cobre.

Como contratar um seguro da moto?

O seguro da motocicleta pode ser contratado por intermédio de um corretor. Esse profissional faz a cotação dos valores em diferentes seguradoras, de acordo com as necessidades de cada consumidor. Desse modo, é possível obter um comparativo de preços para economizar na hora da escolha.

Aliás, algumas variáveis incidem diretamente sobre o valor final do serviço. Elas envolvem idade do condutor, tipo de veículo e até local onde o proprietário mora.

Perfil do segurado

A idade do motociclista sempre é considerada para o cálculo do seguro. Pessoas até 24 anos pagam mais caro, pois conseguiram habilitação há pouco tempo e, logo, não têm tanta experiência no trânsito.

O histórico do condutor também conta pontos. Se ele nunca se envolveu em acidentes nem recebeu multas, é provável que consiga desconto.

Dica: Mobilidade urbana: o que diz a legislação

Uso do veículo

A finalidade e a frequência de uso da moto são fatores relevantes. Quem utiliza o veículo para fins profissionais, como os entregadores, passa mais horas no trânsito. Isso eleva a exposição ao risco, pois, quanto mais tempo rodando, maiores são as chances de sinistro. Como consequência, o preço do seguro aumenta.

Em contrapartida, gente que tira a motoca da garagem apenas aos fins de semana, para lazer, tende a pagar menos. Afinal, o risco de acidentes diminui.

Endereço

O endereço profissional ou residencial do motociclista é outra variável que incide sobre o valor do seguro. Isso porque alguns bairros são considerados mais perigosos, devido à incidência de roubo ou furto de veículos na área. Vale dizer que as motos são bastante visadas pelos bandidos, principalmente as de modelo street, mais comuns no dia a dia.

Uma forma de baratear o custo, nesse aspecto, é ter uma garagem ou outro local protegido onde a motocicleta possa passar a noite.

Categoria da moto

Por fim, considera-se a categoria da motocicleta. As do tipo chopper, com mais de 500 cilindradas, servem basicamente para passeio. Por essa razão, o valor do seguro é baixo em relação ao preço do veículo.

Outros modelos, como as esportivas e as de trilha, atingem velocidades bem altas. Dessa maneira, o risco de acidente grave é mais alto, fazendo subir a cotação do seguro.

Há, ainda, as scooters, street ou city, muito procuradas por serem leves e econômicas. No entanto, essa popularidade também atiça a cobiça dos criminosos, o que torna o preço da proteção bem mais salgado.

guia-do-consumidor

O que é a vistoria no seguro da moto?

Após o cliente escolher o seguro da moto que deseja contratar, a proposta é encaminhada pelo corretor à empresa responsável pelo serviço. A próxima etapa consiste numa avaliação para verificar as condições do veículo.

Essa vistoria funciona para identificar danos preexistentes, então é dispensável para motocicletas zero km. A seguradora tem até 15 dias para dar retorno dizendo se aceita ou não fechar negócio.

Sim, a companhia pode se recusar a fazer o seguro da moto, desde que apresente justificativa. Alguns motivos para tanto incluem:

  • Mau estado de conservação;
  • Documentação atrasada;
  • Alteração das características originais do veículo;
  • Fabricação superior a 15 anos;
  • Exercício de atividade profissional em regiões perigosas.

De qualquer modo, não adianta fugir dessa etapa. A vistoria da moto será obrigatória para qualquer veículo usado. E tampouco vale mentir idade, endereço ou outras informações que incidam sobre o preço do seguro. Além de constituir crime, uma fraude dessas pode anular qualquer contrato.

Regulamentação de seguros no Brasil

O órgão federal responsável pela regulamentação de seguros no Brasil é a Superintendência de Seguros Privados (Susep). A entidade foi criada junto com o Decreto-Lei Nº 73, de 1966, que regula as operações desse tipo no país.

A missão da Susep é “estimular o desenvolvimento dos mercados de seguro, resseguro, previdência complementar aberta e capitalização, garantindo a livre concorrência, estabilidade e o respeito ao consumidor”. Cabe a essa autarquia, entre outras funções, controlar e fiscalizar as sociedades seguradoras.

No site oficial, dá para conferir uma página com as perguntas mais frequentes sobre seguros. Ainda, o público encontra um sistema de busca com o cadastro atualizado dos corretores aptos a negociarem seguro da moto ou do carro.

Dica: Saiba tudo sobre as regras de condomínio

PROTESTE avaliou opções de seguro da moto

Mas, afinal, como escolher o seguro da veículo mais adequado? A PROTESTE ajuda na decisão.

Nossos especialistas avaliaram as opções de seguro para motocicletas em cinco cenários diferentes, considerando quatro perfis de consumidor em cada um deles.

Foram incluídos na amostra do teste produtos de seis seguradoras brasileiras. Como as empresas trabalham com diversos planos, no total houve 89 cotações.

Para apontar as apólices com melhor relação custo-benefício, foram destacados pontos que todo cliente deve observar no momento da contratação. Alguns deles são:

  • Exclusões (aquilo que o seguro não cobre);
  • Âmbito territorial (regiões onde a proteção é garantida);
  • Valor da franquia;
  • Assistência 24 horas;
  • Liberdade para escolher a oficina que realizará o conserto.

Os resultados do teste comparativo apontaram que a pesquisa de preços é fundamental, visto que as diferenças de valores são gritantes entre uma seguradora e outra. Além disso, algumas companhias oferecem serviços mais vantajosos.

Para conferir os detalhes, torne-se um associado e tenha acesso ao relatório completo sobre seguro da moto.

Informe-se com a PROTESTE

O artigo de hoje foi útil para você? Divulgar informação de qualidade faz parte da missão da PROTESTE. A maior associação de consumidores da América Latina sempre traz novidades sobre saúde, tecnologia, comportamento e direitos do consumidor para quem deseja fazer a escolha certa na hora das compras.

Aproveite que chegou até aqui e conheça outros testes comparativos! A equipe da PROTESTE avalia diversos produtos e serviços do dia a dia, incluindo seguros de automóvel, pacotes de banda larga e operadoras de TV por assinatura e streaming.

Use o canal Reclame para enviar seu problema com um fornecedor de produto ou serviço. A ferramenta encaminha a mensagem para a empresa em busca de resposta e solução para a sua reclamação. Nossa equipe formada por especialistas em defesa do consumidor acompanha todo o processo, desde o envio da mensagem até a solução. Também pode entrar em contato pelo 4020-7747.

Visite o blog SeuDireito para mais artigos informativos, escritos numa linguagem bem clara, para ficar por dentro da legislação. Boa leitura!