Como funcionam os investimentos? O que você precisa saber

Como funcionam os investimentos? O que você precisa saber

O interesse dos brasileiros por investimentos tem aumentado, mas muitos deixam de investir por falta de conhecimento. Veja o que você precisa saber para dar os primeiros passos.

Apesar de a maior parte da população brasileira ainda preferir aplicar o seu dinheiro na caderneta de poupança, o interesse por investimentos tem aumentado nos últimos anos. A 6ª edição do Raio X do Investidor Brasileiro, uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) e Datafolha, mostra que, em 2022, o percentual de brasileiros que investem passou de 31% para 36%, com projeção para aumento em 5 pontos percentuais em 2023.

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Os brasileiros têm entendido a importância de investir, mas muitos ainda não começaram a aplicar seu dinheiro por falta de conhecimento sobre o mercado financeiro. De fato, alguns temas são um tanto complexos, mas é possível conhecer o básico para dar os primeiros passos no mundo dos investimentos. Se você também quer começar nessa jornada, continue a leitura.

O que são investimentos? 

Investimentos podem ser entendidos como qualquer esforço depositado com a expectativa de retorno após um período determinado. Ao falar em investimento financeiro, estamos nos referindo à ação de aplicar uma quantia em dinheiro em um produto ou ativo que poderá gerar lucro para o investidor no futuro. Destaque para o caráter de possibilidade, já que, ao investir, estamos suscetíveis ao risco de perda de dinheiro também, a depender do tipo de ativo escolhido.

Fica fácil de entender a lógica do investimento se tomarmos como exemplo o tipo de aplicação mais comum entre os brasileiros: a caderneta de poupança. Ao aplicarmos uma quantia na poupança, na verdade, estamos colocando dinheiro à disposição da instituição financeira para que ela empreste um valor para um tomador de recursos. No tempo determinado, o tomador devolve a quantia acrescida dos juros acordados com o banco que, por sua vez, repassa para o investidor parte do lucro obtido.

Mas esse empréstimo também pode ser direcionado à União, por exemplo, ao comprar papéis do Governo Federal por meio do Tesouro Direto, a fim de contribuir para o pagamento de dívidas públicas. Após o período determinado, haverá a devolução  do dinheiro com o lucro para o investidor.

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Quais são os tipos de investimentos? 

Existem diversas opções de investimentos no mercado, e eles são divididos basicamente entre renda fixa e renda variável. Nós explicamos a seguir:

Renda fixa 

Os investimentos de renda fixa são considerados os mais seguros, porém, os menos rentáveis. São aqueles em que o investidor tem informações sobre o cálculo dos juros, os indicadores que o rendimento está atrelado (como a taxa Selic, por exemplo) ou mesmo pode prever quanto receberá após o período de aplicação do recurso, em alguns casos. Os investimentos de renda fixa podem ser prefixados, pós-fixados ou mistos. Entre as opções existentes no mercado financeiro, as mais populares são:

Tesouro Direto

Já citamos esse produto anteriormente. Por ser um dos produtos financeiros mais seguros, o Tesouro Direto é a escolha de muitos investidores iniciantes, mas também é muito utilizado para compor a carteira de quem já tem mais experiência. Nele, o investidor empresta dinheiro ao Estado ao comprar títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional. 

CDBs

Nos CDBs, Certificados de Depósito Bancário, como na poupança, o investidor aplica o dinheiro em uma instituição bancária, para que esse recurso seja emprestado para outros clientes do banco. 

Mas a diferença entre os dois produtos é que, no CDB, a remuneração para o investidor é maior do que na poupança. Isso porque os rendimentos dos CDBs estão atrelados ao CDI, Certificado de Depósito Interbancário. Vale destacar que existem CDBs com liquidez diária e aplicações por tempo acordado com o banco.

Debêntures

As debêntures são um tipo de investimento em que o investidor empresta dinheiro para empresas que estão captando recursos para o desenvolvimento de um projeto específico, como expansão do mercado, criação de novas sucursais, entre outros. O rendimento desse tipo de investimento costuma ser bem atrativo. 

Renda variável 

Diferentemente dos investimentos de renda fixa, não há como prever o retorno nos investimentos de renda variável, pois eles estão mais suscetíveis à volatilidade do mercado financeiro. 

Esse é o tipo de investimento que oferece maiores riscos de perda de dinheiro, mas também o que apresenta possibilidades de maiores retornos. Esse não é o tipo de investimento mais recomendado para quem é novo no mercado financeiro. É preferível que o investidor conte com a ajuda de uma assessoria especializada ou um gestor de investimentos. São exemplos de produtos de renda variável as ações na bolsa de valores e os ETFs.

Ações

As ações podem ser entendidas como frações de uma empresa que são postas na bolsa de valores para compra e venda. Ao comprar ações no mercado, o investidor passa a ser sócio daquela instituição, tendo direito à participação nos lucros, de acordo com o percentual adquirido na operação. Esse é um tipo de ativo com alta volatilidade, uma vez que o preço das ações é definido pela relação oferta e demanda. 

ETFs

Os ETFs, ou Exchange Traded Funds, são fundos de investimento que possuem como referência um índice da bolsa de valores. Com a ajuda de um gestor financeiro, que administra os fundos, é possível investir em vários ativos de uma só vez, o que torna os ETFs um tipo de investimento prático.

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Quais são os perfis de investidor? 

Existem diversas possibilidades de investimento, com diferentes promessas de lucro ao investidor e é preciso escolher a opção que mais atende às suas expectativas de retorno. Por isso, é importante entender qual é o seu perfil de investidor, recurso que vai te ajudar a tomar a decisão correta. Conheça a seguir os três perfis de investidor:

Conservador

O investidor conservador possui menor disposição ao risco de perda de dinheiro. Por isso, costuma aplicar o seu recurso em produtos financeiros mais seguros, ainda que isso signifique um retorno muito baixo, por vezes, até menor do que inflação, como a poupança, por exemplo. Mas há produtos para investidores conservadores que prometem retornos acima da inflação para o período.

Moderado

O investidor moderado não tem tanto receio de perder dinheiro, mas ainda necessita de alguma segurança. Por isso, costuma diversificar a sua carteira de investimentos, dividindo o dinheiro entre produtos de renda fixa e variável. Isso aumenta as chances de obter melhores retornos, ao mesmo tempo em que protege o investidor da perda total de seus recursos.

Arrojado

Também conhecido como agressivo, o investidor arrojado sabe que os investimentos mais arriscados costumam oferecer melhores remunerações, ainda que isso signifique a possibilidade de perder todo o dinheiro aplicado. Esse perfil pode se beneficiar da diversificação, pois ativos diferentes têm performances diferentes diante da volatilidade do mercado, sendo mais difícil que todos tenham resultados ruins ao mesmo tempo. 

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Como começar a investir? 

Antes de começar a investir, é preciso ter certeza de que há condições de reservar um valor em dinheiro para esse propósito. Se você tiver dívidas, quitá-las deve ser a sua prioridade no momento. Reduzir os gastos, eliminando aquilo que é supérfluo, é uma forma de pagar os débitos e, posteriormente, começar a investir.

É importante, também, construir uma reserva de emergência, seja um valor aplicado em um CDB de liquidez diária, que rende mais que poupança, ou em outro produto com alta liquidez, para o caso de surgir um imprevisto que necessite de dinheiro. 

Trace quais são os seus objetivos para começar a investir. É para conseguir ter uma aposentadoria complementar? Comprar uma casa? Fazer a viagem dos sonhos? Em quanto tempo você deseja alcançar esses objetivos? Ao responder essas perguntas, você consegue entender quanto esforço precisará direcionar aos investimentos e quais produtos são mais adequados para você. E lembre que é preciso ter disciplina e não esquecer de investir com regularidade.

Muitos produtos, sobretudo os de renda variável, demandam mais conhecimento do investidor. Por isso, se for investir em ativos dessa categoria, busque ajuda especializada. Outras opções, como renda fixa, costumam ser mais fáceis de entender. Os CDBs, por exemplo, podem ser adquiridos junto a uma instituição financeira. Muitos bancos digitais já oferecem o produto, facilitando bastante para quem deseja começar a investir.

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O que você precisa saber sobre investimentos? 

O mercado financeiro é repleto de termos muito específicos sobre investimentos e é importante que você conheça os principais deles. 

Liquidez

Lembra que citamos a caderneta de poupança para explicar como funcionam os investimentos e que, muitas vezes, o rendimento desse produto fica abaixo da inflação? A poupança também pode ser utilizada para explicar liquidez e ajudar você a entender como esses aspectos se relacionam.

A liquidez diz respeito à possibilidade de resgate do dinheiro investido a qualquer momento. A poupança é um investimento de alta liquidez, porque é possível sacar parte ou toda a quantia aplicada sempre que o investidor quiser. E isso explica o seu baixo rendimento.

É que o banco empresta o dinheiro aplicado pelo investidor sem a segurança de que a quantia permanecerá sob o seu poder até que o tomador do empréstimo devolva o valor acrescido dos juros. Ao ter o dinheiro solicitado pelo titular da caderneta, o banco precisa repor o que foi retirado, com o dinheiro de um outro investidor ou de um outro banco, o que também gera custos para a instituição. Por isso, o dono da poupança só é remunerado se mantiver o dinheiro aplicado por 30 dias, conhecida como a data de aniversário da poupança.

Esse baixo rendimento costuma ser menor do que as taxas de inflação no país, que geralmente são altas. Isso significa que o dinheiro tem menos valor de compra do que tinha no período anterior.

Risco

Como o nome já explica, o risco é a possibilidade de perda de dinheiro ao aplicá-lo em um produto. Os investimentos mais arriscados costumam ser os de renda variável, que estão mais suscetíveis aos movimentos do mercado. Mas mesmo as opções mais seguras também oferecem algum risco. 

No caso de falência de um banco, por exemplo, o Fundo Garantidor de Créditos só protege o titular da conta no limite de 250 mil reais. Se o investidor tiver uma quantia superior em uma poupança, não é garantida a devolução da diferença. Mas é importante salientar que é raro que aconteça uma situação como essa.

Rentabilidade

Rentabilidade diz respeito ao percentual de lucro obtido sobre um valor aplicado num produto financeiro. Se você investe R$1.000 e, depois de um ano, recebe um lucro de R$100, isso significa que a rentabilidade do seu investimento foi de 10% ao ano. Geralmente, esse percentual é informado pela instituição financeira nos casos de renda fixa, sendo facilmente identificado pelo investidor.

Diversificação

A diversificação da carteira de investimentos é uma das principais estratégias de investidores mais experientes. Ao aplicar o seu dinheiro em ativos diferentes, você não só aumenta a sua possibilidade de rentabilidade, como também se protege contra a perda de todo o seu recurso.

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Conheça seus direitos com a PROTESTE

Os investimentos são excelentes formas de fazer o dinheiro render, a fim de conquistar objetivos que necessitam de recursos financeiros. No entanto, é preciso estar atento aos riscos inerentes às aplicações em produtos financeiros. Como vimos, eles estão mais presentes em investimentos de renda variável.

É preciso estar atento, também, para não ter o seu direito lesado nos casos de investimentos em que haja relação de consumo, como nos fundos de investimentos oferecidos por bancos intermediadores.

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