Qual é a importância do ESG para o consumidor?
O ESG é uma das principais pautas da atualidade, devido às demandas de mudanças nas práticas de impacto ambiental, social e de governança das empresas. Entenda no artigo!
Environmental, Social and Governance, ou apenas ESG, é um termo que está muito presente nas pautas do mundo corporativo nos últimos tempos. Não é de hoje que as empresas têm sido cobradas por um posicionamento acerca dos danos causados às pessoas e ao meio ambiente, e interpeladas a tomar atitudes responsáveis, que interrompam ou, pelo menos, minimizem os impactos gerados por suas ações.
Com a proximidade do prazo estabelecido pela Agenda 2030 para atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável, as pessoas, governos e empresas estão mais atentas às urgências da contemporaneidade, que visam tornar o mundo um lugar melhor em diferentes aspectos. Isso faz com que o ESG se mantenha em evidência nos próximos anos, influenciando, inclusive, na tomada de decisões de consumo.
Se você ainda não ouviu falar do termo ESG ou quer saber mais sobre o assunto, continue a leitura!
Índice:
O que é ESG?
ESG é a sigla para as palavras Environmental, Social e Governance, que em português significam Meio Ambiente, Social e Governança, respectivamente. Os pilares do ESG dizem respeito aos esforços desprendidos pelas empresas para:
- minimizar os impactos ao meio ambiente, frente às urgências climáticas, crises hídricas e danos aos biomas causados pela ação humana, principalmente as atividades corporativas e industriais;
- impactar positivamente as pessoas, por meio de ações como políticas de respeito à diversidade, a inclusão de minorias sociais, respeito aos direitos humanos e trabalhistas, proteção dos dados, entre outros;
- melhorar a sua conduta administrativa, levando em conta questões como a composição dos conselhos, a remuneração dos colaboradores, a formação dos comitês de auditoria, a transparência, o combate à corrupção etc.
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Como o ESG influencia o consumidor?
Muito tem se falado sobre as urgências no trato com as questões ambientais, visto que as mudanças causadas pelas ações humanas podem inviabilizar a vida na terra no futuro. Apesar de que as dinâmicas sociais já trazem impactos na qualidade de vida hoje.
É o que acontece devido ao descarte inapropriado de resíduos e dejetos no solo ou nas águas, que tem contaminado os lençóis freáticos, tornando a água imprópria para o consumo, tem envenenado a fauna marinha, com consequente impacto na saúde das comunidades litorâneas e de pessoas que se alimentam do que é retirado do mar.
Os gases poluentes liberados no ar pelos automóveis e fábricas, além de aumentar o buraco na camada de ozônio e intensificar o efeito estufa, causam problemas respiratórios em milhões de pessoas, principalmente as que vivem nos grandes centros urbanos.
O derretimento das calotas polares também são consequência desse fenômeno, já tendo impactado negativamente a vida nos polos do planeta, com projeção de alagar cidades litorâneas no futuro, e intensificar desastres naturais.
Muitas dessas práticas, além de serem crimes ambientais, passíveis de punição legal, são repudiadas pelo consumidor na atualidade, que vê um risco à sua própria saúde, e uma ameaça ao seu bem-estar agora e no futuro.
Da mesma forma, a manutenção de práticas sociais ultrapassadas são altamente prejudiciais a parcelas minorizadas da população, alvos de discriminação e cerceamento de direitos básicos, inclusive no mundo do trabalho. As pessoas estão mais atentas a esses fatos e se posicionam cada vez que explode um escândalo envolvendo empresas e seus colaboradores ou clientes.
Também não tem sido mais admitido o envolvimento de empresas em esquemas de corrupção, ou acordos políticos que trazem qualquer prejuízo aos direitos sociais e ambientais.
Todos esses aspectos têm contribuído cada dia mais com a tomada de decisão pelos consumidores na hora de escolher os produtos ou serviços de uma empresa. Por outro lado, as instituições precisam tomar medidas que estejam de acordo com as boas práticas de ESG, não só para evitar a perda de dinheiro, mas principalmente por tomar consciência de que os prejuízos gerados pelas práticas ruins também impactam a própria corporação.
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A importância do ESG na tomada de decisões de compra
Os tensionamentos sociais em torno da conquista por direitos civis e trabalhistas, bem como pela proteção do planeta e a adoção de formas conscientes de uso dos recursos naturais, existem há muito tempo. A popularização dessas pautas tem se dado nos últimos anos devido aos preocupantes dados científicos publicados à medida em que se constata a urgência pela mudança de atitude da sociedade, para que se garanta a vida no planeta nos próximos anos.
Outros aspectos que contribuem com essa popularização são o avanço da internet e o crescimento das redes sociais. Essa combinação permitiu o surgimento de comunidades em torno do assunto e transformou-se em ferramentas de ampliação de vozes desses grupos.
A Agenda 2030, proposta em 2015 em reunião dos principais países do mundo na Organização das Nações Unidas (ONU), também lança luz sobre o papel da sociedade na busca por melhores condições para o meio ambiente e para as pessoas, ao propor os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e 169 metas.
Esses aspectos tornam as pessoas mais conscientes sobre as urgências sociais e mais exigentes sobre a forma de atuação das empresas, a fim de garantir a desaceleração dos impactos negativos, tanto ambientais quanto nas relações de trabalho, impulsionados pelas revoluções industriais e que, infelizmente, se mantém até os dias atuais.
Com isso, para muitos consumidores, e em número cada vez mais crescente, torna-se fundamental que os produtos e serviços oferecidos pelas empresas estejam baseados em práticas sustentáveis e de respeito aos direitos humanos.
As empresas que adotam o ESG estão mais propícias a conquistar e encantar os consumidores cada vez mais conscientes. Uma pesquisa da Union + Webster International (2017), constatou que 87% dos brasileiros preferem consumir produtos de empresas responsáveis e que estão dispostos a pagar até 10% mais por esses itens.
Existem selos que podem orientar os consumidores na hora da tomada de decisão sobre qual produto comprar, como cruelty free, produto orgânico e carbono neutro.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) também emite alguns selos de sustentabilidade, como o ISO 14001, relacionado ao sistema de gestão ambiental, como o uso de recursos naturais, a proteção de florestas e a preservação da biodiversidade.
Essas certificações costumam ser emitidas por empresas terceirizadas, que são responsáveis por avaliar determinados critérios de produção. Os consumidores podem consultar esses selos na embalagem dos produtos ou nos sites das empresas.
O que o ESG revela sobre as empresas?
Existem métricas que analisam e medem os esforços das empresas na implementação e condução de práticas alinhadas ao ESG. Dessa forma, as próprias organizações podem perceber no que é preciso melhorar, e aos consumidores esses dados podem servir para a tomada de decisão de compra ou contratação de serviços.
Entre os mais comuns, estão as informações quanto à emissão de carbono, poluição das águas, geração e descarte de resíduos, no que tange ao pilar de sustentabilidade ambiental. Nível de satisfação do cliente, diversidade da equipe, respeito aos direitos trabalhistas e políticas de proteção de dados, que se relacionam com o pilar social. E a atuação do corpo executivo, existência de um canal de denúncias, transparência dos relatórios financeiros e contábeis e combate à corrupção, acerca do pilar de governança.
No Brasil, alguns índices são utilizados para certificar empresas acerca do comprometimento com as pautas defendidas pelo ESG. Alguns exemplos são Índice de Carbono Eficiente — ICO2, que identifica as empresas que tomam medidas para diminuir a emissão de gases poluentes e causadores do efeito estufa; o Sistema B, certificação que considera em sua avaliação os impactos sociais e ambientais de uma empresa; e o Índice de Governança Corporativa Trade (IGCT B3), uma carteira de empresas reconhecidas por terem boa governança corporativa.
Ao tomar a decisão por comprar produtos ou contratar serviços de empresas que têm políticas e práticas aderentes ao ESG, o consumidor encontra benefícios à sua saúde, consumindo produtos ambientalmente corretos, e contribui com a construção de um futuro com menos consequências das ações nocivas propostas pelas velhas práticas da indústria e demais componentes da sociedade.
Ele ainda educa o mercado a se enquadrar no que ele acredita, pois, se não adotam práticas de respeito e garantia de direitos às pessoas e de proteção ao meio ambiente, as empresas vão sentir as consequências no bolso.
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ESG e direito do consumidor: você pode exigir das empresas
O cidadão pode exigir que as empresas respeitem a legislação acerca das práticas de proteção ao meio ambiente, e que assumam uma postura de respeito à sociedade e aos seus colaboradores, cumprindo com o que deliberam as leis trabalhistas, bem como a implementação de transparência em seus processos, visando o combate à corrupção. Para isso, é necessário que as empresas estejam abertas ao diálogo com os seus clientes, com o risco de perderem vendas se mantiverem práticas contrárias ao que foi proposto.
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