Visa aumenta tarifa de cartão de crédito em até 138% e é acionada pela Senacon
Senacon exige transparência e pede documentos para justificar a decisão
A Visa do Brasil e a Visa Inc. recentemente anunciaram aumentos significativos nas tarifas de cartões de crédito, variando entre 54,07% e 138,3%. Esses aumentos foram implementados sem uma justificativa clara e transparente para os consumidores.
Diante da falta de transparência, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) interveio, solicitando que as empresas apresentem dados detalhados que justifiquem os aumentos. Os documentos devem incluir informações sobre histórico de preços, custos, índices de inadimplência e melhorias nos serviços prestados.
Para garantir a proteção dos consumidores contra práticas abusivas, a Senacon impôs uma medida cautelar suspendendo temporariamente os aumentos de tarifas pela Visa. Caso a medida não seja cumprida, a Visa enfrentará uma multa diária de R$ 50 mil.
A Senacon espera que a Visa forneça as informações solicitadas dentro do prazo estipulado para que possam reavaliar a medida cautelar com base em dados concretos. Essa decisão foi motivada por um pedido da Proteste, que argumentou que os aumentos representam um risco aos consumidores e podem prejudicar a livre concorrência no mercado financeiro.
Até que a Senacon conclua a análise das informações apresentadas pela Visa, os consumidores estarão protegidos contra qualquer aumento abusivo nas tarifas dos cartões de crédito da empresa.
A medida cautelar é uma resposta direta à preocupação com a falta de transparência e justificativa nos aumentos propostos pela Visa. A Senacon exige não apenas dados quantitativos, como histórico de preços e custos operacionais, mas também qualitativos, como melhorias nos serviços oferecidos aos consumidores.
A Visa, por sua vez, afirmou estar colaborando com o órgão para fornecer as informações requeridas. A empresa defende que os ajustes tarifários são necessários para mitigar riscos e controlar a inadimplência no mercado, destacando que as tarifas discutidas não são receitas diretas para a Visa, mas sim cobranças repassadas entre instituições financeiras.
A controvérsia em torno dos aumentos de tarifas Visa ressalta a importância de uma regulamentação eficaz para proteger os consumidores contra práticas abusivas no setor financeiro. A Senacon continuará monitorando de perto o desdobramento dessa questão, assegurando que todas as partes envolvidas cumpram com as obrigações legais e apresentem justificativas claras e transparentes para quaisquer mudanças nos custos repassados aos consumidores.
O Diretor-Executivo da Proteste / Euroconsumers-Brasil, Henrique Lian, explicou à Jovem Pan que a entidade entende a atitude da bandeira de cartões como “um atendimento ao pedido dos grandes bancos”. “[os grandes bancos] Ficaram descontentes com o ano passado, da limitação de juros de crédito rotativo, que estavam muito empenhados a limitar ou acabar com a modalidade de crédito que é o parcelamento de juros”.
Veja como foi a entrevista de Henrique Lian à Jovem Pan:
A matéria foi construída com informações do UOL, G1, Valor Investe e Jovem Pan.
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