Juros do cartão de crédito: como calcular a taxa de juros

Juros do cartão de crédito: como calcular a taxa de juros

O juros rotativo do cartão de crédito é a modalidade mais cara de empréstimo do mercado. Por isso, conheça o cálculo da taxa de juros e quando optar pelo parcelamento da fatura

O cartão de crédito é uma modalidade de pagamento que proporciona muita facilidade ao se fazer compras. Antigamente, as pessoas tinham que andar com o dinheiro, muitas vezes contado para comprar alguma coisa, ou preencher um talão de cheque quando a compra era muito alta. O crédito melhorou muito a vida do consumidor, só que ele tem um obstáculo: a taxa de juros.

Cada vez mais os brasileiros estão comprando com esse meio de pagamento. Não é coincidência que tantas fintechs financeiras surgiram no mercado oferecendo cartões de crédito sem anuidade e com melhores condições na hora de parcelar suas compras.

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Uma coisa é certa: cartão de crédito facilita a nossa vida, mas quando não é bem planejado, pode virar fonte de dívidas A grande questão é que você não precisa se privar 100% de satisfazer suas necessidades para não ficar endividado. Tudo é uma questão de planejamento e conhecimento.

Você sabe quais são as taxas cobradas no seu cartão? E quanto aos juros, você sabe como eles são calculados?

Continue a leitura e saiba o essencial para ter uma vida financeira mais saudável mesmo com cartão de crédito. Confira!

O que são os juros do cartão de crédito?

A taxa de juros é um valor que as empresas de cartão cobram pelo dinheiro que você pega emprestado ao deixar de pagar a sua fatura na data correta. 

Quando você faz uma compra grande e não tem condição de pagar, parcela a fatura que comprou para sua renda dar conta desse valor. Ao fazer isso, você está pedindo um empréstimo ao banco, porque o dinheiro que você deveria dar a ele por causa de sua compra não ocorreu, então é como se ele tirasse do próprio bolso para quitar.

Então, o banco dono do cartão de crédito tem o direito de cobrar uma taxa de juros por este dinheiro emprestado para você, que são os juros. O crédito rotativo do cartão de crédito é a modalidade que é ativada pelo consumidor ao deixar de pagar o valor total da fatura até a data de vencimento. Esta linha de crédito é a mais cara dos negócios bancários hoje em dia. Por isso, o recomendado é sempre pagar o valor total da fatura.

Segundo o Mapa da Inadimplência 2021, que estudou o endividamento dos brasileiros pelo Serasa, as dívidas com bancos e cartões de crédito são as principais causas de negativações no país, sendo cerca de 29,7%.

Por isso, evitar a taxa de juros do cartão e a parcela de compras é a melhor maneira para impedir que suas dívidas cresçam rapidamente e quitá-las sem acumular.

Nova regra do juros rotativo do cartão de crédito

Em dezembro de 2023, o Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou uma nova regra do juros rotativo do cartão de crédito. A taxa foi limitada ao valor de 100% da dívida do consumidor e começou a valor em janeiro de 2024. Portanto, o valor total da dívida de quem não pagar toda a fatura não poderá ultrapassar o dobro do débito.

Porém, esta regra ficará em vigor por tempo limitado, mas o vencimento ainda não foi revelado.

Dica: Estorno no cartão de crédito: como funciona?

Como são calculados os juros do cartão de crédito?

Ao chegar uma fatura, se você não pagar o total do valor até a data de vencimento, a diferença entre o valor pago e o valor total entra no rotativo. Os juros do rotativo são calculados com base no que não foi pago da fatura mensal, dentro do prazo previsto.

Por exemplo: se você tem uma fatura de R$200 e não conseguiu pagar. No próximo mês, você terá que pagar os mesmos R$200 com juros rotativos, que podem chegar até 16,9% ao mês, dependendo da instituição. Além da multa por atraso e a parcela seguinte. Na Nubank, por exemplo, essa porcentagem pode variar entre 2,75% e 14% ao mês.

Vamos dizer que a taxa de juros seja de 12%.

O cálculo da sua próxima parcela ficaria mais ou menos assim:

R$200 + (R$200 x 12%) + 2% + 1% =

R$ 200 + R$24 + R$4 + R$2 =

R$230

Sendo que:

  • R$200 é o saldo devedor da fatura;
  • 12% é o valor dos juros rotativos do cartão de crédito;
  • 2% é a multa por atraso;
  • 1% de mora cobrado por mês, pago proporcionalmente a quantidade de dias de atraso da fatura.

Sendo assim, quanto maior o saldo do devedor no mês, maior será o valor da dívida final. Isso porque os juros acumulam.

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O que é pagamento mínimo da fatura?

Na hora de pagar a fatura, você pode quitar o valor mínimo, deixando o resto para pagar no próximo mês. O valor é sempre informado no documento de cobrança ou pelo aplicativo do cartão, geralmente é 15%.

O pagamento mínimo é calculado da seguinte forma:

  • % do juros do rotativo;
  • % multa por atraso;
  • % juros de mora;.

Por exemplo: se a fatura é de R$1000,00 e você pagou só o mínimo de 15%, ou seja, R$150. Restaram R$850 para o mês que vem e a taxa de juros do rotativo dessa vez é de 13%.

Juros do rotativo: 850 x 0,13 =  R$110,50

Multa por atraso 2% (a.m) = R$17,00

Juros de mora 1% (a.m) = R$8,50

Valor a pagar no próximo mês: 1.000 (próxima fatura) + 850 (valor restante da fatura anterior) 110,50 + 17,00 + 8,50 = R$1986,00

A Receita Federal informou que o IOF referente ao crédito rotativo é de 0,0082% a.d. As operações ainda sofrem com o valor extra de 0,38% sobre o total da operação.

Vale lembrar que o Banco Central proíbe o pagamento da fatura mínima em meses consecutivos. O órgão mudou as regras após perceber que a ferramenta estimulava as dívidas dos consumidores, que acabavam virando uma bola de neve.

Dica: Você teve o cartão clonado? Saiba o que fazer

Quando parcelar a fatura do cartão de crédito

Além da opção de pagar o valor mínimo no cartão de crédito e entrar no juros rotativo, o consumidor também pode parcelar o valor devedor. Porém, esta não deve ser uma rotina na vida do consumidor.

Nesta modalidade, a empresa do cartão de crédito faz um acordo com o cliente para que o valor devedor seja parcelado ao longo de um período determinado e com uma certa taxa de juros. Vale lembrar que as regras de parcelamento muda de banco para banco. Alguns, inclusive, podem ativar o parcelamento automático da fatura em aberto depois de poucos dias do vencimento. Enquanto isso, em outros bancos, o cliente deve entrar em contato para negociar o parcelamento.

O parcelamento da fatura do cartão de crédito deve ser uma opção para quem precisa aliviar a vida financeira e ter o valor das parcelas e do juros já definido para se planejar corretamente. Desse modo, é importante ver se você será capaz de pagar o valor da parcela antes de fechar mais esta dívida.

Quais são as principais taxas do cartão de crédito?

O consumidor deve ficar atento às taxas do cartão de crédito, já que muitas empresas cobram por alguns serviços. Veja quais são:

Anuidade

Considerada a principal taxa cobrada pelos cartões, funcionando como uma manutenção. Em suma, quanto mais serviços o seu cartão oferecer, maior será a taxa de anuidade, como é o caso do cartão internacional. Vale pesquisar quais empresas cobram a taxa e escolher a opção mais vantajosa.

Algumas operadoras possibilitam parcelar a anuidade em 12 vezes, o valor é cobrado mensalmente.

Saques

É a tarifa cobrada quando o cliente realiza algum saque em dinheiro por meio do cartão.

Pagamento de contas

Uma taxa padrão para quando o cliente pagar os boletos de cobranças como eletricidade, tributos e água.

Avaliação emergencial de crédito

É cobrada quando o cliente realiza compras acima do limite disponível no cartão, ou seja, se você tem um valor de 1000 reais e usou 1500, vai ser cobrada uma taxa de juros pelo excedente

Por isso, o consumidor deve monitorar o uso desse meio de pagamento. Nem sempre o valor extra é liberado pela operadora. 

Segunda via do cartão de crédito

Essa taxa somente é cobrada quando você precisa emitir um novo cartão, seja por causa de perda, roubo ou furto.

Como comparar as taxas cobradas pelos cartões de crédito?

Cada instituição financeira tem uma taxa de juros para cartão de crédito. Nesse sentido, comparar o CET (Custo Efetivo Total) entre as empresas antes de solicitar um cartão pode evitar possíveis estresses futuros por dívidas. 

Alguns sites ajudam a fazer essa consulta:

  • Abecs (Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços);
  •  Banco Central;
  • Febraban (Federação Brasileira de Bancos).

Quais são as principais causas das dívidas com cartão de crédito? 

Dívidas com cartão de crédito podem ocorrer por diversos motivos. Conheça as principais causas para saber como evitá-las.

Falta de planejamento financeiro

É muito importante lidar com o dinheiro de maneira adequada e, nesse sentido, a educação financeira é fundamental. Ela envolve os conhecimentos para lidar com o dinheiro de forma eficaz, e tomar decisões financeiras alinhadas aos nossos objetivos.

Isso envolve utilizar o cartão de crédito de maneira consciente e planejada. Lembre-se de que o limite estabelecido pelo banco ou o parcelamento da fatura pode sair caro quando mal administrado.

Outra medida essencial para quem quer se planejar financeiramente é criar uma reserva de emergência. Ela corresponde a alguns meses de renda líquida para ser utilizada em situações de necessidade.

Assim, se surgir uma emergência, como o conserto de algo essencial, uma doença ou qualquer outro tipo de imprevisto, você não fica no aperto.

Compras por impulso

Esse é um problema sério para muita gente, e que pode causar endividamentos. Fique atento aos gatilhos de consumo e quando você sente necessidade de realizar uma compra. Mesmo com promoções e liquidações, evite comprar sem planejamento.

Por fim, questione-se sempre se você precisa mesmo daquele produto e, principalmente, se você pode comprá-lo.

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Empréstimo do cartão de crédito

Uma das principais causas do endividamento está relacionada ao empréstimo do cartão de crédito, para que amigos ou familiares façam compras.

Acontece que, se a pessoa não pagar, o titular fica com a dívida, já que é o responsável pelo cartão de crédito. Por isso, evite emprestá-lo, e tente ajudar seus amigos e familiares de outra forma.

Diminuição da renda familiar

Algumas situações difíceis, como o desemprego, podem causar o endividamento com cartão de crédito. E, muitas vezes, é necessário escolher quais contas pagar no final do mês.

Nessa hora, considere as taxas do cartão de crédito que costumam ser bastante altas, e tome as decisões de forma sábia. 

Se você não estiver nessa situação, a melhor dica é começar a criar a sua reserva de emergência para evitá-la ao máximo.

Como evitar dívidas com o cartão de crédito?

Mesmo com sua popularidade, o cartão de crédito deve ser bem administrado para não acumular dívidas indesejadas ou precisar pagar taxa de juros muito alta no final do mês.

Por isso, confira 3 dicas de como evitar passar por esse problema.

Leia o contrato do seu cartão

Entenda melhor sobre essa disponibilidade de crédito que a instituição financeira escolheu. Quais são os juros? Quais as taxas? Há algum requisito para utilização? O contrato deve descrever todas essas informações para o entendimento do consumidor. Os valores precisam ser escritos de forma clara e objetiva, como destaca a Lei do Superendividamento.

Regule o limite de crédito

Muitas pessoas se endividam porque têm um valor alto de limite, só que você deve pensar sobre as condições de pagar uma fatura nessa quantia.

O indicado é que seu limite seja de 30% da sua receita mensal para evitar risco.

Crie uma planilha financeira

Entenda como está a sua situação financeira e crie uma planilha financeira com todos os seus gastos mensais, como água, luz e outros itens essenciais. Ela auxilia no controle dos gastos e mostra o panorama de débitos e sobras mensais.

Dica: Renegociar dívida: saiba os seus direitos

Como negociar uma dívida com cartão de crédito? 

Você pode negociar uma dívida com cartão de crédito a partir da plataforma Serasa Limpa Nome, do Serasa, ou negociando diretamente com o credor.

Por meio da ferramenta, você consegue fechar um acordo em até três minutos com 90% de desconto. Mas, atenção: é preciso pagar o valor acordado para não ter o nome negativado novamente. 

Para definir o acordo, avalie um limite mensal de pagamento. Calcule quanto da sua dívida você consegue pagar por mês e considere imprevistos que podem surgir.

Após avaliar as suas possibilidades de pagamento, negocie com a instituição. Mesmo que você não consiga o valor esperado, é possível encontrar cenários que agradem as duas partes.

Você sabe o que é cláusula de mandato?

Uma informação relevante e que muitos consumidores não sabem é sobre a cláusula de mandato. Na solicitação de um cartão de crédito, o consumidor deve ler atentamente o contrato, pois nele pode haver uma cláusula contratual que basicamente torna a administradora do cartão sua procuradora. Assim, ela consegue realizar negócios jurídicos em seu nome sem aviso prévio, afinal você já deu sua autorização.

A partir disso, a administradora pode criar uma conta corrente, contratar empréstimo, emitir letras de câmbio etc. Tudo no seu nome. No entanto, isso pode ser algo abusivo e divergir dos princípios do Código de Defesa do Consumidor.

Acompanhe a PROTESTE e conheça os seus direitos

É fundamental conhecer os seus direitos enquanto consumidor e como exigi-los, para não ser enganado nas relações de consumo.

Nesse sentido, a PROTESTE pode ajudar. A maior associação de consumidores da América Latina oferece informação de qualidade para você fazer as melhores escolhas.

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Texto atualizado em 31 de março de 2024.