Proteste realiza pesquisa sobre endividamento

Proteste realiza pesquisa sobre endividamento

Em sua terceira edição, a pesquisa visa entender o grau de endividamento do consumidor e quais comportamentos e fatores externos fazem com que ele chegue ao endividamento.

O endividamento dos brasileiros é preocupante e alcançou o maior nível histórico já registrado: segundo dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 77,9% da população está endividada. E de acordo com o último levantamento do Serasa, 69,43 milhões de pessoas entraram 2023 com nome restrito. Com objetivo de acompanhar de perto a evolução desse cenário, a PROTESTE lançou em março a terceira edição da pesquisa “Aspectos do Endividamento”.

O levantamento entrevistou 500 consumidores nas capitais Rio de Janeiro e São Paulo e mapeou os comportamentos e fatores externos que levam o consumidor a se endividar.
O estudo evidenciou que 46% dos entrevistados acreditam estar “um pouco endividados”, mesma proporção mapeada pela edição anterior da pesquisa. Além disso, 35% dos entrevistados responderam que têm pelo menos uma dívida em atraso.

A percepção de endividamento é maior por parte dos cariocas: 28% deles consideram estar “muito endividados”, contra 19% dos paulistanos.

Assim como nas edições anteriores, os consumidores mais endividados são aqueles que possuem a menor renda (entre 1 e 2 salários mínimos). Além disso, em 2022, 24% dos entrevistados afirmaram estar consumindo menos. Este ano, esse dado saltou para 35%.

A renegociação da dívida

Outro dado importante mostra que 80% dos consumidores que têm pelo menos uma dívida em atraso relataram que estão sendo cobrados mais intensamente. Embora ainda alta, no ano passado essa percepção era compartilhada por mais consumidores (92%). Vale destacar que mesmo endividado e com pagamentos atrasados, o consumidor possui direitos assegurados pelo Código de Defesa do Consumidor ao renegociar dívida.

Segundo a pesquisa, 38% dos entrevistados já precisaram e conseguiram renegociar uma dívida, porém, 51% desses consumidores acharam as propostas de renegociação desvantajosas.

Os vilões do endividamento

O mau uso do cartão de crédito continua sendo considerado a principal causa do endividamento: 74% dos entrevistados apontaram a forma de pagamento como a razão das dívidas. Em segundo lugar, destaca-se o desemprego, considerado como um fator de endividamento por 37% dos respondentes. Esse quesito apresentou avanços, já que em 2022 correspondeu a 44% e em 2021, 65%.

E na hora de escolher o que não pagar, o cartão de crédito novamente é destaque: praticamente metade dos entrevistados afirmou que já deixou de pagar ao menos uma conta no último ano e destes, 41% deixaram de pagar o cartão de crédito – um aumento de 29% em relação ao ano passado. Em seguida às faturas de cartão de crédito, 32% deixaram de pagar a conta de internet e 30% a conta de energia.

endividamento 1

Outro fator que se repete, e gera preocupação, é o parcelamento de itens essenciais. No último ano, 54% dos entrevistados parcelaram compras no setor de vestuário, 50% compras de supermercado e 45% compras de eletrônicos.

A pesquisa sinaliza tímidas melhoras no cenário macroeconômico. Entretanto, a expectativa de inflação acumulada para este ano é bem parecida com a de 2022, o que significa que este ano será marcado por preços em ascensão e alto custo de vida. Evitar o endividamento, especialmente dívidas caras – como é o caso uso do crédito rotativo do cartão, que é quando o consumidor não faz o pagamento total da fatura até o vencimento – é crucial para a manutenção da saúde financeira das famílias. Portanto, as principais recomendações são manter a atenção à qualidade dos gastos, foco no controle orçamentário e não utilizar o cartão de crédito como extensão da renda.

Confira nossa pesquisa completa.

A PROTESTE, maior associação de consumidores da América Latina, tem o compromisso de informar sobre as principais dúvidas do mercado a fim de reduzir os problemas entre os fornecedores de produtos e serviços e seus clientes.

Lembrando mais uma vez, o processo de renegociação da dívida é garantido ao consumidor pelo CDC e deve ser realizado a partir de informações claras, sem cobranças indevidas e com contato respeitoso.

Conheça também o canal Reclame, espaço disponível para consumidores enviarem suas reclamações sobre problemas de consumo. A mensagem é encaminhada para a empresa em busca de uma resposta. Os associados PROTESTE possuem acompanhamento dos nossos especialistas em defesa do consumidor. Também é possível entrar em contato com o canal pelo 4020-7747.

Continue no SeuDireito para mais explicações sobre o CDC e as relações de mercado. Conheça os blogs MinhaSaúde e ConectaJá para novidades sobre saúde e tecnologia, respectivamente.