Especialista faz balanço do PIX
PIX apresentou falhas pontuais nos primeiros dias de operação, mas consumidores podem confiar no novo meio de pagamento.
O novo meio de pagamento instituído pelo Banco Central (PIX) entrou em vigor, para todos os usuários, no dia 16 de novembro. Antes disso, alguns clientes já haviam realizado operações, em uma fase restrita do programa. Assim que passou a valer para todo mundo, surgiram instabilidades e problemas de conexão.
Conforme informação do Banco Central, Nos primeiros sete dias de operação plena do sistema, foram realizadas 12,2 milhões de operações, o que representa um volume financeiro de R$ 9,3 bilhões. Nesse período, foram cadastradas 83,490 milhões de chaves, sendo 79,8 milhões de pessoas físicas e 3,7 milhões de empresas – apesar de a chave não ser obrigatória para o uso do sistema. Com a quantidade de operações, ocorreram algumas falhas pontuais de operação do sistema, causadas por instabilidade.
O Itaú chegou a ficar entre os assuntos mais comentados do Brasil no Twitter. Houve também reclamações direcionadas ao Bradesco, Santander e Nubank. Ocorreram casos, inclusive, de demora de mais de 24 horas para conclusão da transação, que deveria acontecer em poucos segundos. Em outras situações, houve dificuldade de leitura de QR Codes gerados pelo recebedor, embora a transação tenha sido efetivada com a digitação da chave.
Mas, segundo informações do Banco Central, os problemas foram decorrentes do grande volume de acessos simultâneos. Nas situações em que foram registradas muitas reclamações relacionadas a uma mesma entidade financeira, o BC entrou em contato para averiguar o problema.
Problema pontual
“Na maior parte dos casos, o PIX funcionou como esperado, ou seja, a transação foi concluída em poucos instantes, com o dinheiro entrando rapidamente na conta do destinatário”, afirma Rodrigo Alexandre, especialista da PROTESTE. Em sua opinião, os problemas pontuais foram reflexo de muitas pessoas utilizando o sistema ao mesmo tempo, o que gerou instabilidade nos aplicativos. “O novo meio de pagamento é seguro, supervisionado pelo Banco Central, e o consumidor poderá consultar cada transação efetivada no aplicativo de seu banco”, explica.
Assim, conforme Rodrigo, os relatos de instabilidade não devem continuar ocorrendo após os ajustes iniciais do sistema. “Mesmo em situações em que ocorra uma falha de internet, por exemplo, o consumidor poderá checar se a transação foi efetivada ou não, e refazê-la se necessário. O recebedor também pode fazer essa conferência em tempo real”, destaca Rodrigo.
“O funcionamento do PIX é semelhante ao de um DOC ou TED e o sistema funciona embarcado no aplicativo do próprio banco, sujeito ao sistema de dupla checagem (senha e código dinâmico ou biometria, por exemplo). Assim, não há riscos nem para quem efetua o pagamento nem para quem o recebe”, completa o especialista da PROTESTE.