Saiba tudo sobre juros simples e compostos
Entenda o que são juros simples e composto, como eles são calculados e a importância de entender as regras para o consumidor.
Os juros estão presentes no nosso dia a dia em diversos produtos e serviços, como nas compras parceladas, na poupança, no cartão de crédito, nos empréstimos, nos financiamentos, nos investimentos, entre outros. Mas nem todos os consumidores sabem o que são juros simples e compostos.
Entender o que são e como funcionam os juros é muito importante para cuidar cada vez melhor das próprias finanças, fazer boas escolhas de investimentos, assinar contratos, entre outras atividades.
Os consumidores devem estar atentos aos valores adicionados para fazer boas escolhas de consumo. É por isso que a PROTESTE explica tudo que você precisa saber sobre juros simples e compostos. Acompanhe!
O que são juros simples?
Os juros simples são um valor fixo calculado sobre o valor emprestado ou investido. Como o próprio nome sugere, eles possuem um funcionamento simplificado, trata-se de um percentual somado sobre o capital em um determinado período, que pode ser por dia, por mês ou por ano.
Como calcular juros simples?
Para entender melhor como funcionam os juros simples, é essencial conhecer a fórmula e também como é feito o cálculo.
A fórmula é a seguinte: J = C x i x t, sendo que J é o juros simples, C é o capital inicial, i é a taxa de juros e t é o tempo de aplicação.
Vamos a um exemplo prático! Imagine que você contrata um empréstimo pessoal no valor de R$ 5.000,00 que será pago em 10 parcelas mensais, com uma taxa de juros de 5% ao mês.
Dividindo o valor total pelas parcelas, você terá que pagar R$ 500,00 pelo empréstimo, mais o juros de 5% ao mês. Veja a seguir o cálculo para descobrir o juros total do seu empréstimo.
J = C x i x t
J = 500 x 0,05 x 10
J = 250
Portanto, ao quitar o seu empréstimo você terá pago R$ 250,00 de juros simples. No total, ficaria R$ 5.250,00.
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O que são juros compostos?
Por outro lado, os juros compostos são mais complexos, pois eles não se aplicam apenas sobre o capital inicial, mas também sobre os montantes acrescidos a cada período. Ou seja, os juros são calculados de acordo com o valor final de cada mês.
Como calcular juros compostos?
Já o cálculo dos juros compostos é realizado com a seguinte fórmula: M = C (1 + i)t, sendo que M é o montante, C é o capital inicial, i é a taxa de juros cobrada e t é o tempo de aplicação.
Vamos supor que você fez um empréstimo de R$ 2.000,00 com 3% de juros compostos ao ano, durante um período de 48 meses. Para saber o valor total pago basta aplicar esses dados na fórmula da seguinte forma:
M = C (1 + i)t
M = 2000 x (1 + 0,03)⁴
M = 2000 x 1,03⁴
M = 2000 x 1.1255
M = 2251
Sendo assim, o valor final pago será de R$ 2.251,00.
Conheça outros tipos de juros
Além dos juros simples e compostos, há vários tipos de acréscimos que você pode encontrar em contratos de produtos ou serviços. Veja a seguir alguns deles e suas características:
Juros de mora
Os juros de mora são um percentual aplicado sobre uma cobrança em atraso, como uma conta de água, conta de luz ou telefone, por exemplo. É cobrado durante o período em que a conta está aberta.
Vamos a um exemplo: imagine uma conta de luz no valor de R$ 300,00, no qual os juros de mora é de 0,05% ao dia, e o consumidor atrasou a conta por 10 dias. Nesse caso, o valor total dos juros será equivalente a R$1,50, fazendo que a conta fique no valor de R$301,50.
Juros rotativos
Os juros rotativos são um dos maiores pesadelos de quem possui cartão de crédito. Trata-se de um dos maiores acréscimos praticados no mercado, com 200% a 300% ao ano.
Eles incidem sobre o saldo devedor de uma fatura do cartão de crédito. Quando o consumidor não realiza o pagamento ou faz o parcelamento da fatura, esses juros são cobrados sobre o saldo que não foi pago após o vencimento.
Vamos a um exemplo de fatura de cartão de crédito no valor de R$ 500,00, no qual os juros rotativos são de 200% ao ano, e o consumidor atrasou a conta por 30 dias. Nesse caso, o valor total de juros será equivalente a R$ 47,94, fazendo com que a fatura do próximo mês fique em R$ 547,94. Ou seja, estará pagando os R$ 500,00 que deixou de pagar da fatura anterior, mais os R$ 47,94 dos juros pelo atraso.
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Qual é a importância de entender os juros para o consumidor?
Entender sobre juros é muito importante para o consumidor, pois há diversas situações em que eles aparecem, como na contratação de crédito, ao realizar um investimento e até mesmo na inadimplência.
Os serviços que mais sofrem influência dos juros são o cartão de crédito, financiamentos e empréstimos. Por isso, o consumidor precisa estar sempre atento na contratação para não pagar juros abusivos.
Nessa questão, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) orienta que o cliente deve ser informado sobre o montante de juros ao contratar um serviço. Essa é uma obrigação a todos os operadores de crédito em atuação no Brasil.
O Art. 52 do CDC diz que o consumidor deve ser informado sobre o montante dos juros de mora e da taxa efetiva anual de juros ao contratar crédito ou financiamento. No Art. 52-B, o documento também diz sobre a obrigação de informar as taxas de juros no caso de fornecimento de crédito e na venda a prazo, assim como os acréscimos cobrados no caso de atraso no pagamento.
Esses artigos falam sobre juros em operações de crédito, não podendo ser aplicados em todos os contratos. Mas é direito do consumidor saber o quanto pagará de juros e em quais hipóteses eles podem ser cobrados.
Educação financeira: o que é?
A educação financeira é o caminho para ter maior controle das finanças. Esse é um conceito que deve ser exercido por cada um de nós como uma habilidade a ser desenvolvida, onde podemos aprender a lidar da melhor forma com o nosso dinheiro.
Através dessa habilidade, aprendemos também a evitar problemas com juros, pois a educação financeira permite que possamos tomar melhores decisões de compra, controlar as finanças, ter uma reserva de emergência e proteger nosso patrimônio.
Se você ainda não conhece esse conceito, veja algumas dicas de educação financeira para evitar problemas com juros:
- Tenha uma reserva de emergência para evitar a contratação de crédito com juros altos;
- Cuidado ao usar o cartão de crédito para não gastar mais do que ganha;
- Prefira pagar à vista do que parcelar suas compras;
- Renegocie suas dívidas para reduzir os juros;
- Não atrase parcelamentos, financiamentos e empréstimos.
Para te ajudar a assumir o controle das suas finanças, a Escola do Consumo oferece o Curso Finanças Domésticas Organizadas. Durante as aulas, você aprenderá a cuidar muito bem do seu dinheiro, com escolhas mais conscientes. Nossos especialistas vão te ajudar a identificar despesas desnecessárias e a administrar com eficiência o orçamento familiar.
O que são juros abusivos?
Os juros abusivos ocorrem quando o valor cobrado está irrazoavelmente acima da média prevista para determinada modalidade de crédito, sendo maior que o necessário para cobrir o risco da operação, infringindo, portanto, o Código de Defesa do Consumidor.
No entanto, é importante que você saiba que não existe uma legislação que parametrize o que são juros abusivos. Embora a nomenclatura “abusiva” seja descrita pelo código civil e pelo CDC, não existem leis que conceituem a prática especificamente.
Por isso, ela deve ser identificada na cláusula que estabelece a cobrança de juros. Não há uma lei que especifica o limite de juros que, quando ultrapassado, tornam-se abusivos. Devido a essa inexistência, o consumidor precisa entrar na justiça para declarar a abusividade e solicitar eventuais valores pagos.
Mas como saber quando os juros são abusivos? É aí que entra a tabela do Banco Central. Embora ela não seja vinculante, pois os juros podem ser de diversas naturezas, o consumidor pode consultar a tabela para saber se os acréscimos cobrados em sua operação estão muito além da média, o que pode sugerir a necessidade de entrar com ação judicial.
Portanto, vamos a um resumo sobre como identificar os juros abusivos e como proceder diante dessa situação:
- Primeiro, não existe lei que identifica um valor máximo para que os juros sejam considerados abusivos;
- No entanto, isso não quer dizer que toda cláusula informada no contrato é permitida;
- Caso o consumidor identifique abusividade na cobrança, a cláusula pode ser declarada nula, cabendo o direito de ressarcimento;
- Para identificar a abusividade, o consumidor pode consultar a média de juros do mercado, buscar um contador ou um advogado;
- E para reivindicar seus direitos, é preciso entrar com uma ação revisional de juros para declarar a abusividade da cláusula.
Dica: Renegociar dívida: saiba os seus direitos
Conheça o canal Reclame
Você sabia que a PROTESTE oferece uma plataforma para contestar problemas de consumo, como juros abusivos e cobranças indevidas? O canal Reclame é uma plataforma de reclamações, onde você pode registrar a sua queixa e tentar resolver o problema da melhor forma possível.
O canal está disponível através da plataforma online e também pelo telefone 4020-7753. Para registrar a sua reclamação é preciso informar os dados da empresa, o problema de consumo e os dados do reclamante. Todo o processo é bem simples e seguro.
Lei do Superendividamento
Para finalizar, não podemos deixar de lembrar que, em se tratando de juros em pagamentos atrasados e dívidas, existe a Lei do Superendividamento. Ela garante o direito do consumidor de repactuação de débitos para que a cobrança seja justa e equilibrada.
A lei também garante que as práticas de crédito sejam responsáveis e que existam procedimentos para a prevenção de situações de superendividamento, como não oferecer crédito além do que o consumidor pode pagar, não veicular propagandas abusivas para seduzir os consumidores, não assediar ou pressionar os clientes, entre outras.
Dessa forma, o consumidor ganha benefícios como melhores condições para quitar as suas dívidas, linhas de crédito mais justas e transparentes, a possibilidade de renegociação, entre outros.
Veja o vídeo da PROTESTE sobre como lidar com as dívidas:
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