Finanças para o ano novo: como se organizar para ter um 2025 sem apertos

Finanças para o ano novo: como se organizar para ter um 2025 sem apertos

Entre tantos desejos e possíveis realizações, uma delas costuma ser uma constante ano após ano: a promessa de uma maior organização financeira

O ano novo está chegando e, com ele, as inúmeras promessas para 2025. Entre tantos desejos e possíveis realizações, uma delas costuma ser uma constante ano após ano: a promessa de uma maior organização financeira.

Que tal, dessa vez, de fato tirar a promessa do papel e começar um 2025 com as contas e economias em dia? Separamos algumas dicas para manter-se fiel a essa promessa durante todo o ano de 2025.

Comece a guardar

A primeira dica é começar, de fato, a guardar. Você pode começar com um número baixo e ir aumentando conforme for conseguindo melhorar sua organização financeira. “Uma pessoa que economize algo como R$3 por dia, no final do mês terá R$90, aplicando esse dinheiro até em caderneta de poupança terá R$ 1 mil no final do ano”, orienta Fabio Gallo Garcia, doutor em Finanças, Doutorando em Filosofia, Professor de Finanças da FGV/EAESP.

A dica para começar e, até mesmo aumentar o valor guardado mensalmente ao longo do ano, é uma só: organização. Toda estruturação financeira precisa começar na organização, afinal, é apenas sabendo uma média de quanto você gasta em cada área da sua vida que você vai saber, de fato, onde pode reduzir esses gastos para começar a economizar.

Finanças para o ano novo: como se organizar para ter um 2025 sem apertos

Finanças para o ano novo: como se organizar para ter um 2025 sem apertos (Imagem: Freepik)

A, B, C, D das finanças

Hoje em dia, existem uma série de planilhas já prontas na internet que podem te ajudar a entender seus gastos mensais. Começar a preenchê-las e olhar para suas finanças como um todo é essencial para conseguir começar um 2025 com um maior planejamento financeiro.

Para tornar essa organização mais fácil, Fabio Gallo Garcia orienta usar a técnica do A, B, C, D. Nela, ele divide diferentes tipos de gastos de acordo com as letras do alfabeto.

  • A – Alimentação: a base da sua planilha. Aqui, você vai inserir todos os gastos relativos à alimentação – de compras do mês, padarias, almoços fora de casa, entre outros. Vale ressaltar que, aqui, é importante colocar os gastos com alimentação básica – o drink de sexta e o chocolate mais caro, por exemplo, não entram aqui!
  • B – Básico: no B, entram todos os gastos obrigatórios da família, como aluguel, água, luz, celular, escola, prestações, entre outros.
  • C – Confortável: nesta classificação, assim como o nome diz, entra tudo que deixa sua vida melhor e mais confortável, como academias, TV a cabo, internet rápida, streamings usados com uma certa frequência, entre outros.
  • D – Desnecessário: aqui, entram os gastos que você não sabe ao certo porque está realizando, como assinaturas que não são mais usadas, múltiplos cartões de créditos, assinaturas na conta do celular que não são úteis e alguns luxos no geral.

Organizando as finanças: onde cortar

Depois de entender seus gastos e conseguir propriamente classificá-los, fica bem mais fácil saber de onde tirar dinheiro para começar a economizar. A ideia, agora, é olhar na estrutura de cima para baixo, começando com o D.

Nessa classificação, estão todos os gastos que, como o próprio nome já diz, não são necessários ou essenciais para seu dia a dia. Por isso, normalmente, é muito mais fácil fazer cortes nessa classificação.

A ideia é, depois de organizar as finanças, começar a olhar para cada letra para entender o que pode ser enxotado em cada uma delas. Normalmente, a B é a mais difícil de realizar cortes, uma vez que precisa de mudanças mais drásticas para ser reduzida. Em todas as outras, a redução é mais possível: na A, você pode começar a fazer mais comidas em casa em vez de gastar fora e optar por mercados com melhores preços. Na C, repensar o preço da academia, optando por uma mais barata ou desfazer alguma assinatura de streaming ou TV a cabo, por exemplo.

Sabendo de onde tirar e o que você vai abrir mão, economizar se torna uma tarefa muito fácil e palpável para o seu 2025.

Quanto devo guardar?

Quando falamos de economias e planejamento financeiro, uma dúvida comum é: quanto devo guardar? Afinal, não é preciso fazer sacrifícios todos os meses para, no fim, perceber que está guardando todo seu dinheiro e deixando de ter experiências prazerosas. Ao mesmo tempo, é arriscado usar todo dinheiro que ganha, sem deixar um famoso “pé de meia”.

Fabio Gallo explica que a quantidade a ser guardada depende muito do propósito de cada um e o que planeja fazer com aquele dinheiro. Se está economizando para comprar uma casa, por exemplo, o valor a ser reservado deve ser muito maior daquele de quem pensa em guardar apenas para realizar viagens uma vez por ano.

Independente da meta, o importante é conseguir ter o dinheiro que chamamos de dinheiro de emergência. “O adequado seria a ia a família ter uma reserva de emergência de três a seis dos gastos básicos (A e B acima). Para constituir essa reserva basta colocar no orçamento um valor mensal que deve ser religiosamente guardado para que após certo prazo (Pré-determinado) essa “poupança” esteja construída. Esses recursos deverão ser mantidos num investimento sem ou com risco muito baixo e com muita liquidez, por exemplo caderneta de poupança ou Tesouro Selic”, orienta o professor.

Ou seja, o ideal é garantir de 3 a 6 meses dos gastos básicos para se manter (colunas A e B), em casos de emergências como uma possível demissão. Assim, você consegue uma certa tranquilidade para ir atrás de novas oportunidades sem grandes apertos.

Outra orientação é, se possível, dividir as economias, deixando essa reserva de emergência em um investimento ou poupança diferente da reserva para objetivos específicos, como a compra de algum bem de valor, viagens, entre outros.

Mantendo essa organização de gastos mês a mês, você provavelmente não precisará repetir a promessa de melhoria nas finanças em 2026 e passar a ter uma rotina mais tranquila, com uma garantia de segurança financeira.