Dia da informática: conheça os 3 principais golpes online e como evitá-los
Veja dicas para evitar cair em golpes no ambiente virtual
Eles estão presentes nos sites de compras, de doações, na caixa de entrada do seu e-mail, no seu WhatsApp e redes sociais. Dia após dia somos alertados com uma nova forma de golpes online, criado perfeitamente para conseguir te convencer a colocar seu dinheiro na mão de criminosos.
E o que todos esses golpes costumam ter em comum: o ambiente digital. Neste dia 15 de agosto, é comemorado o Dia da Informática e, apesar de ser uma data para celebrar os avanços da tecnologia, ela também serve como um alerta contra esses golpes, que se proliferam cada vez mais.
Alerta esse que se torna fundamental em um país como o Brasil. De acordo com dados de uma pesquisa do começo deste ano realizada pela SAS Institute, empresa de business intelligence, a maioria dos consumidores brasileiros (80%) disse ter sofrido algum tipo de fraude digital ao menos uma vez.
Essa preocupação, aliás, não é de hoje. Segundo informações do relatório “Global DDoS Threat Intelligence”, realizado pela Netscout, em 2022 o Brasil era o principal alvo de ciberataques na América Latina. Além de maior alvo, de 2013 a 2022, o Brasil também aparecia entre os principais países geradores desses ataques na região.
Muito além de reconhecer os números e a quantidade de golpes que acontecem anualmente por aqui, é importante se atentar aos principais golpes online e como proteger-se deles.
Índice:
Phishing
Uma das técnicas de golpes online mais comuns, o phishing consiste no envio de e-mails, mensagens de texto ou mensagens nas redes sociais fraudulentas, se passando por empresas, instituições financeiras ou pessoas conhecidas. Entre os anos de 2022 e 2023 foram registrados 286 milhões de tentativas de phishing no Brasil, segundo dados da Kaspersky.
Entram nesta categoria os clássicos e-mails que, de tempos em tempos, recebemos, pedindo dados para alteração de algum cadastro, pagamento de boletos se passando por sites ou, até mesmo, doações, alegando ser de alguma instituição.
Recentemente, uma técnica de phishing muito comum está sendo a de envio de e-mails pedindo o pagamento de taxação para entrada de produtos no país. Desde 1° de agosto deste ano, entrou em vigor uma medida provisória chamada “taxa das blusinhas”, que passa a taxar compras de mais de U$ 50 feitas em sites estrangeiros para entregas no Brasil. Os golpistas aproveitaram essa mudança para tentar aplicar mais uma vez o phishing.
Para isso, eles enviam e-mails se passando pela Receita Federal, dizendo que o pacote que a pessoa encomendou teria sido taxado e, para receber o pacote, é preciso pagar o valor da taxa. No e-mail, os golpistas já enviam informações do pix para pagar o imposto supostamente devido. Tudo, no entanto, não se passa de um golpe.
A própria Receita Federal já se pronunciou sobre o assunto, informando que não faz esse tipo de cobrança por e-mail ou qualquer outro meio de comunicação e que o valor da taxa ficará disponível no site em que o cliente efetuou a compra.
Esse é só um dos inúmeros exemplos de phishing que são criados diariamente. Por isso, é de extrema importância ficar atento para não cair neste golpe.
Como prevenir este golpe
Para não cair no phishing, é primordial checar sempre as informações da mensagem recebida. Por mais que ela pareça verídica e traga logos e dados similares aos verdadeiros, desconfie!
O principal canal onde esses golpes acontecem é o e-mail, por isso, fique atento principalmente neste meio de comunicação. Sempre cheque o site informado, o remetente e se a empresa de fato faz o uso do e-mail para esse tipo de cobrança, troca de dados, oferta, etc. Na dúvida, não responda.
Golpe do Pix errado
Neste, criminosos descobrem o telefone da vítima, que em muitos casos é a chave Pix cadastrada por ela, por meio de cadastros fraudulentos ou preenchidos em redes sociais. Depois disso, realizam uma transferência para essa pessoa por meio do Pix.
Logo em seguida, eles entram em contato com a vítima, via mensagem ou ligação, dizendo que fizeram uma transação errada e pedindo o estorno. De boa vontade, é natural que a vítima logo realize o Pix de volta para a conta do golpista. Em vez de dar a chave Pix da transferência original, no entanto, eles enviam a chave Pix de uma terceira conta.
Após receber o dinheiro da devolução por essa chave Pix, o bandido aciona o MED. Como o Pix devolvido foi feito para uma terceira conta, diferente da conta original de transferência, os bancos entendem que essa é uma ação típica de golpe e podem fazer a retirada do dinheiro do saldo da conta enganada. Ou seja, além de receber o dinheiro devolvido, o golpista ainda lucra com o valor do MED e a vítima fica no prejuízo.
Como evitar este golpe
A Febraban, Federação Brasileira de Bancos, orienta os clientes que, ao receberem o pedido de um estorno por qualquer motivo, só o façam para a conta original de onde veio aquele Pix, via ferramenta de devolução do aplicativo do banco.
A melhor forma de evitar o golpe é não enviar o Pix de volta para uma terceira conta, em hipótese nenhuma. Hoje em dia, existem tecnologias que permitem que o cliente devolva um Pix errado diretamente. Para isso, basta entrar no extrato, clicar no Pix em questão e apertar na opção “devolver”. Dessa forma, você garante que o valor vá para a conta de onde saiu.
Em caso de dúvidas, a atitude recomendada é entrar em contato com o canal de comunicação do banco.
Sequestro de contas
Quem nunca viu um amigo postando nos stories do Instagram que, milagrosamente, conseguiu lucrar milhares de reais com um investimento? Ou então que está vendendo móveis, celulares e eletrodomésticos? Pois é, este é mais um dos golpes comuns atualmente: o de sequestro de contas.
Nele, criminosos invadem contas de e-mail, redes sociais ou serviços online legítimos de suas vítimas, geralmente após obter as senhas por meio de phishing ou malwares. Em seguida, usam essas contas para aplicar golpes contra os contatos das vítimas.
Este golpe consiste nas clássicas mensagens de WhatsApp pedindo Pix ou nos famosos stories vendendo produtos e indicando investimentos.
Existem, hoje, várias formas para que os criminosos consigam ter acesso a essas contas. Uma delas é, por exemplo, criar uma nova conta de WhatsApp com o número da pessoa. Para fazer isso, o WhatsApp envia um código de verificação para o número por meio de SMS, para verificar a identidade do cliente. O golpista, então, entra em contato com a vítima e diz que ela ganhou algo, mas precisa do código de verificação para confirmar sua identidade e, assim, lhe conceder o prêmio. A vítima acaba enviando o código e o criminoso consegue entrar em sua conta.
Essa é só uma das formas que eles utilizam, atualmente, para conseguir entrar nessas contas, por isso, é importante ficar alerta.
Como evitar
O primeiro passo para evitar que golpistas consigam acessar suas contas nas redes sociais é ativar a verificação em duas etapas. Ela está disponível nas configurações de todas as redes atualmente. Você pode pedir para que sua conta seja verificada por e-mail ou mensagem de texto.
Desta forma, toda vez que um novo dispositivo tentar entrar em sua conta, você precisará liberá-lo por meio de um pin ou uma autorização que chegará no seu celular, whatsapp, SMS ou e-mail.
Outra forma de evitar cair nesse tipo de golpe é nunca enviar códigos que chegam no seu celular a outras pessoas. Quando alguém pede que você confirme um número que chegou no seu SMS ou que digitalize um QR code, há uma grande chance de se tratar de um golpe.
Fui vítima de um golpe virtual, o que fazer?
Ao ser vítima de um golpe virtual, crime cibernético ou outro tipo de fraude digital, é necessário seguir alguns passos não apenas para denunciar o delito, mas também para evitar ou minimizar os prejuízos decorrentes da ação.
Se sofrer um golpe eletrônico, é preciso tomar algumas das medidas abaixo:
- Faça a denúncia em uma delegacia de polícia, presencialmente ou por via digital. Procure pelo site da Polícia Civil do seu estado. Também é possível usar a Delegacia Virtual do Ministério da Justiça e Segurança Pública no caso de alguns estados que aderiram ao sistema;
- Troque as senhas de acesso das contas bancárias, redes sociais, e-mails e aplicativos;
- Avise aos amigos e familiares que você foi vítima de golpe, principalmente se a fraude foi a de perfil hackeado ou clonado;
- Acompanhe o extrato bancário para detectar transações suspeitas e avise o banco. Também é indicado cancelar cartões de crédito para que criminosos não realizem transações;
- Guarde ou salve comprovantes, imagens de telas, fotos, e-mails, mensagens suspeitas e quaisquer outros dados que possam ajudar a comprovar a fraude e, também, a encontrar os suspeitos.
- Denunciar é fundamental para que as autoridades possam acompanhar a evolução no número de fraudes e, com isso, promover mais ações preventivas e de conscientização.
Informe-se com a PROTESTE
A melhor forma de se proteger de um golpe virtual é se munindo de informação. Esse é justamente um dos papéis da PROTESTE, que trabalha para conscientizar consumidores e defender seus direitos em qualquer situação na qual a legislação seja desrespeitada. Com isso, todos podem tomar melhores decisões e, ao mesmo tempo, se protegerem de situações que prejudicam seu bem-estar, como é o caso de golpes virtuais.
Como maior associação de defesa do consumidor da América Latina, a PROTESTE atua de diferentes maneiras para defender e promover os direitos das pessoas nas relações de consumo. Uma das iniciativas são os testes comparativos. Por meio deles, você pode avaliar com detalhes os produtos e serviços, optando por aquele que mais atende às suas necessidades.
Caso tenha qualquer problema com uma marca e sinta que seus direitos foram desrespeitados, também é possível procurar a PROTESTE para buscar uma solução junto às empresas. Isso pode ser feito pela plataforma Reclame, o canal é ideal para o registro de reclamações, interações e recebimento de respostas de empresas. Além disso, oferece uma assessoria especializada com equipes técnicas que auxiliam você a ter suas demandas atendidas.