Descarte de medicamentos: saiba a forma correta

Descarte de medicamentos: saiba a forma correta

Remédios depositados em locais inapropriados, como no lixo comum, causam contaminações e comprometem a saúde pública. Que tal aprender a se desfazer deles adequadamente?

Na hora de comprar medicamentos, as farmácias on-line podem ser uma boa opção – no geral, elas são capazes de atender às necessidades dos consumidores, embora ainda dê para melhorar. Foi isso o que a PROTESTE constatou após avaliar o serviço prestado por 11 delas – o resultado completo está disponível na edição n.º 219 da revista (dez/21). Mas qual é o melhor destino para aquele remédio esquecido no fundo da gaveta, já vencido ou mesmo dentro da validade e você já não o utiliza mais? Quem imagina ser o lixo comum, a pia ou o vaso sanitário está completamente enganado. A prática não só contribui para a contaminação do meio ambiente, como coloca em risco a saúde pública.  Entenda como fazer o descarte de medicamentos de forma correta.

Quando depoistamos os medicamentos em locais inapropriados podemos prejudicar a água e o solo, assim como peixes e outros organismos vivos. O descarte incorreto colabora para que substâncias químicas e tóxicas presentes nos fármacos cheguem aos rios e aos córregos, contaminando a água que bebemos e os animais que fazem parte da nossa alimentação. “O remédio jogado no lixo comum pode ainda ser encontrado e utilizado de forma indevida, além de representar risco para pessoas que têm contato direto com o resíduo, como garis e catadores”, alerta Daniel Barros, especialista PROTESTE.

Descarte de medicamentose olho no sistema de logística reversa

Efetuar o descarte de forma adequada está longe de ser uma tarefa difícil. Para isso, basta entregar o medicamento em um ponto de coleta. Vale mencionar que, no ano passado, foi regulamentado o Decreto n.º. 10.388/2020, que, entre outras medidas, estabelece ser de responsabilidade de drogarias e farmácias a disponibilização de locais para o descarte de medicamentos vencidos. Em dois anos, todas as capitais e municípios com população superior a 500 mil habitantes terão que oferecer pontos de coleta de medicamentos. O prazo será de até cinco anos para cidades com população superior a 100 mil pessoas.

O intuito é dar destino adequado aos remédios obedecendo ao sistema de logística reversa – a ideia é que o fármaco vencido percorra o caminho contrário ao que trilhou para chegar ao consumidor. Fabricantes e empresas distribuidoras ficarão a cargo do recolhimento e do descarte final dos produtos, que serão, provavelmente, queimados em usinas de incineração preparadas ambientalmente para isso. Os custos serão compartilhados por toda a cadeia farmacêutica.

Procure um local próximo a você

Para encontrar o ponto de coleta mais próximo de sua casa, o consumidor pode contar com a ferramenta disponibilizada pela eCycle – informe seu cep, o produto que deseja descartar, e pronto! Caso não exista um ponto de coleta perto de você, vale procurar a Vigilância Sanitária.

Saiba ainda que o ideal é entregar o medicamento em sua embalagem primária – aquela que possui contato direto com o fármaco, como frascos, tubos de pomadas ou cartelas de comprimidos. Já as embalagens secundárias, geralmente de papelão, assim como as bulas, até podem ser entregues nos pontos de coleta, mas, como não têm contato direto com o remédio, é possível jogá-las diretamente no lixo reciclável.

Evitar desperdícios é outra forma de colaborar. Por isso, nada de comprar remédio sem necessidade ou em grande quantidade para deixar estocado, pois eles podem acabar nem sendo utilizados. “Tenha ainda cuidado na hora de guardar os medicamentos. Mantenha-os em local fresco e limpo, protegidos da luz e longe da umidade”, orienta Daniel.

Saiba mais

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E se você não é associado PROTESTE, venha conhecer um pouco mais.