Cesta básica em SP: feijão mais que dobra de preço

Cesta básica em SP: feijão mais que dobra de preço

Levantamento feito pela PROTESTE em 50 pontos supermercados da cidade de São Paulo detectou alta de 106% no produto em comparação a julho de 2019

Com o objetivo de verificar eventuais altas nos preços de 10 itens, entre alimentos e produtos de higiene e limpeza, a PROTESTE realizou uma pesquisa, em maio deste ano, em 50 pontos supermercados da cidade de São Paulo. E o resultado apontou um aumento, em média, de 14% no preço dos itens verificados, em comparação à mesma pesquisa feita em julho de 2019. Um dos itens, o feijão, chegou a aumentar 106%. A comparação considera qual seria o preço dos produtos em março de 2020 se o reajuste fosse apenas pela inflação do período.

Uma das razões para a alta dos preços  – mas não a única – foi a corrida aos supermercados provocada pela pandemia do coronavírus. Especialmente devido à preocupação com a possibilidade de falta de itens básicos. Em muitos casos, os consumidores acabaram por comprar produtos para estoque sem real necessidade. Outros fatores que influenciam o preço são o custo de frete, problemas de colheita, dentre outros.

“A regra é não estocar, não vivemos o desabastecimento”, explicou Henrique Lian, diretor de relações institucionais da PROTESTE, em entrevista ao telejornal SPTV 1ª Edição, da TV Globo.

No total, foram coletados e analisados 378 preços em pontos de vendas distribuídos entre hipermercados, supermercados e na chamadas lojas de hard discount, alguns com várias unidades espalhadas pela cidade de São Paulo. O levantamento foi feito entre os dias 1º e 4 de maio de 2020 com 10 produtos de marcas líderes de venda, de acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Veja quais foram os itens:

  • Feijão carioca (1kg)
  • Óleo de soja (900 ml)
  • Açúcar refinado (1 kg)
  • Sabão em pó (800 g)
  • Leite integral (1 L)
  • Água Sanitária (2 L)
  • Papel higiênico folha dupla (pct com 4 rolos)
  • Sabonete
  • Arroz Branco
  • Desinfetante

Caso um consumidor tivesse que comprar uma unidade de cada produto pesquisado, o valor médio dos 10 produtos somados seria de R$ 52,03. Enquanto o valor referente ao mês de julho de 2019 somado à inflação do período de agosto de 2019 até março de 2020 seria de R$ 45,56.

Feijão tem a maior variação percentual

Na comparação dos preços coletados em maio de 2020 com a projeção para abril de 2020 dos valores que haviam sido coletados ano passado (usando os preços de julho 2019, aplicado o IPCA de 2,33%), o produto que apresentou a maior variação percentual foi o feijão carioca, com um aumento, em média, de 66%, com diferenças que foram de 20% até 106%. Na sequência vieram o óleo de soja (20%), o açúcar refinado (13%) e o sabão em pó (12%).

“O feijão enfrentou o que se chama na economia de tempestade perfeita. Quando os consumidores foram às compras para fazer o estoque de alimentos essenciais, o feijão carioca estava enfrentando uma entressafra e 45 dias sem chuvas no estado de São Paulo”, afirmou Henrique Lian ao telejornal.


Outro item que merece destaque, especialmente nos tempos atuais, é o desinfetante. Muito utilizado para limpeza da casa e de objetos durante a pandemia do coronavírus, o produto da marca pesquisada era encontrado, em julho de 2019, por R$ 3,69 na loja da Rede Smart, o que gerava um preço projetado de R$ 3,78 para abril de 2020. Na pesquisa mais recente, o mesmo produto era vendido por R$ 5,99 na loja, o que significa uma variação de aproximadamente 58% no mesmo ponto de venda.

Comparação dos preços atuais

Na comparação entre os estabelecimentos com os preços coletados apenas em maio de 2020, o produto que apresentou a maior variação percentual foi o sabonete: 81%. O preço mínimo encontrado foi de R$ 1,82, enquanto o máximo chegou a R$ 3,29. A segunda maior variação foi no feijão carioca (76%). Para esse item, o menor preço mínimo identificado foi de R$ 5,99, enquanto o máximo foi de R$ 10,54.

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O produto que apresentou a menor variação foi o arroz branco, mas da mesma forma que os outros itens foi encontrada uma variação de 33% , o que, por si só, já significa um impacto no orçamento familiar quando se pensa em um cenário de compra anual.

Por isso, de acordo com a PROTESTE, é cada vez mais importante que o consumidor tenha em mente a necessidade de pesquisar os preços antes de realizar suas compras, diante da grande variação encontrada.Em tempos de pandemia, tal ato se torna difícil devido às restrições de isolamento social recomendadas. Uma boa solução é fazer a comparação por meio dos sites ou apps das lojas, antes de efetuar a compra, seja ela on line ou nos estabelecimentos físicos. Especialmente nesses itens que sofreram uma maior variação de preços. E se encontrar preços abusivos, informe aos órgãos fiscalizadores.

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