Preços do arroz e do feijão dispararam

Preços do arroz e do feijão dispararam

Pesquisa da PROTESTE identificou que o feijão preto acumulou maior alta; além dele, o arroz branco, óleo de soja e o leite integral também comprometem o orçamento dos brasileiros

Os relatos de susto dos consumidores com o aumento de preços de produtos da cesta básica têm sido frequentes. O item mais comentado, quando se trata de elevação de preços, tem sido o arroz branco. Em algumas cidades, o saco de 5 quilos, que custava em torno de R$ 10 a R$ 15, chegou a R$ 40 no início do mês de setembro. Segundo dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea), no período de um ano, a alta do produto foi de 19,2%. 

A PROTESTE também fez um levantamento de preços de produtos da cesta básica, entre os dias 1 e 10 de agosto. No período, a maior alta foi a do feijão preto, com 43% de aumento – sendo que, de acordo com Henrique Lian, diretor de relações institucionais da associação, 40% desse valor está acima da inflação, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). 

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Ou seja, o arroz e feijão, base da alimentação brasileira, são os itens que mais pesam no bolso do consumidor, especialmente no caso das famílias de baixa renda. De acordo com o Ipea, as famílias com renda inferior a R$ 900 são as que mais sentem a alta de preços. Em 12 meses, a inflação acumulada nessa faixa de renda foi de 3,20%, justamente em função da alta de produtos básicos, como o arroz e feijão. O índice foi menor (1,5%) no caso de famílias com maior poder aquisitivo. 

Entenda a pesquisa da PROTESTE

A pesquisa de preços da PROTESTE foi feita em 50 supermercados do município do Rio de Janeiro, nos primeiros dez dias de agosto. O período de comparação compreendeu o fim de agosto de 2019 e o fim de agosto de 2020. 

“Além do feijão preto, outros produtos tiveram grande alta, como o óleo de soja (36%) e o leite integral (23%)”, disse Henrique. “As razões são diversas. No caso do feijão, por exemplo, quando a pandemia começou muitos consumidores fizeram estoques, o que não era recomendado. Naquele momento, o setor estava no período de entressafra e a safra seguinte foi ruim, com pouca chuva, o que comprometeu a produção. Assim, os supermercados precisaram buscar produtos em locais mais distantes, como no Paraná, arcando com custos de frete mais elevados”, explicou. 

A soja, por sua vez, está bastante valorizada no mercado externo, o que causa escassez internamente e pode, de certa forma, explicar a alta. Além disso, a desvalorização do real é outro problema que leva ao aumento de custos do produto. 

No caso do arroz, vários fatores contribuíram com a alta, desde a questão da entressafra até a cotação do produto em dólar. “Em função da desvalorização do real e exportações, ainda há possibilidade de subir mais”, comentou Henrique. Além disso, o cenário atual reflete a redução da área plantada nos últimos dez anos e a queda nos estoques públicos, em seu menor nível desde 2010, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

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Outros itens que tiveram variação

Além desses produtos, a variação de preços de outros itens foi detectada pela pesquisa da PROTESTE. “No segmento de higiene e limpeza, a variação foi grande. Nas unidades de varejo pesquisadas (sempre de forma anônima), a água sanitária, por exemplo, apresentou variação de 145% no preço ao consumidor. Ou seja, dependendo do supermercado escolhido para a compra, o consumidor pode adquirir 2 produtos e meio pelo preço encontrado no ponto de venda com valor mais alto”, destacou Henrique.

Segundo ele, outros produtos com grande variação foram o álcool em gel e sabonetes, ambos com diferenças de preços, a depender do ponto de venda, da ordem de 80%. “A pesquisa de preços voltou a ser essencial para o consumidor, para evitar preços abusivos”, apontou.

A surpresa, conforme Lian, ficou para o papel higiênico, que no início da pandemia teve grande procura e chegou a faltar nas prateleiras de alguns supermercados. “Neste caso, houve queda de preços, da ordem de 3%, em relação aos valores de agosto de 2019”, afirmou. 

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