Novas medidas buscam proteger idosos de golpes bancários

Novas medidas buscam proteger idosos de golpes bancários

De acordo com a Febraban, durante a quarentena houve um aumento de 60% nas tentativas de golpes contra idosos.

Com a necessidade de isolamento social, em função da pandemia, o uso de serviços bancários digitais aumentou de forma significativa. No entanto, nem todos os consumidores têm habilidade ou conhecimento para o uso de aplicativos ou sites dos bancos. Idosos, por exemplo, que costumam ter menor facilidade com o uso de novas tecnologias, ficam entre os grupos mais vulneráveis.

De olho nesse problema, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou que as instituições financeiras associadas se comprometeram a adotar a partir de janeiro de 2021 um conjunto de ações para proteger os clientes com este perfil. Além disso, para combater as fraudes financeiras, a entidade, com o apoio da Secretaria Nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa e do Banco Central, está lançando uma campanha para informar e conscientizar sobre as tentativas de golpes financeiros.

As principais medidas anunciadas foram:

  • criação de serviço de bloqueio de ligações de telemarketing;
  • bloqueio de transações financeiras suspeitas, atípicas ou recorrentes, caso o consumidor se declare em situação de abuso patrimonial;
  • serviços de alerta de transações e movimentações, com a possibilidade de cadastro do número de telefone do consumidor idoso ou de pessoa de sua confiança;
  • atendimento prioritário no SAC na Ouvidoria das instituições financeiras;
  • capacitação dos colaboradores em temas voltados à proteção e direitos dos consumidores idosos.

Vale destacar que a possibilidade de bloqueio e o serviço de alerta de movimentações ou transações entrarão em vigor 180 dias após a publicação da norma, por demandarem desenvolvimento de sistemas. Os bancos que aderirem ao programa se comprometem a seguir as regras e serão supervisionados, podendo punição em caso de descumprimento.

Atenção aos golpes mais comuns

As fraudes mais comuns se baseiam na captação dos dados do cliente. O criminoso, por exemplo, liga para a casa do cliente se passando por funcionário do banco e pede para confirmar algumas informações, como dados pessoais e senhas. Ao fornecê-las, o consumidor expõe sua conta bancária e seu patrimônio aos golpistas. Há também casos em que o fraudador e pede para o cliente realizar uma transferência como um teste. 

banco ligacao
“É importante que o consumidor tenha atenção. Os bancos não ligam para clientes para realizar transações”, alerta Rodrigo Alexandre, especialista da PROTESTE. 

Outro golpe que teve aumento durante a quarentena (65%) foi o do motoboy. Nesse caso, os criminosos entram em contato com as vítimas se fazendo passar pelo banco para comunicar a realização de transações suspeitas com o cartão de crédito do cliente. Em seguida, informam que um portador será enviado para recolher o cartão supostamente clonado, para que sejam feitas outras análises.

A Febraban alerta que, nesse golpe, os criminosos orientam a vítima a cortar o cartão ao meio, para inutilizar a tarja magnética, antes de entregá-lo. Isso, supostamente, seria um procedimento de segurança; porém, a quebra deixa o chip intacto, o que permite que a quadrilha (que também conseguiu a senha) utilize o cartão de forma ilícita.

“Ao receber uma ligação informando que o cartão foi clonado, o consumidor deve desligar e ligar diretamente para o número de telefone que está no cartão, para checar a veracidade do contato”, orienta Rodrigo.

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