Nova gasolina: mais eficiente, porém mais cara

Nova gasolina: mais eficiente, porém mais cara

A partir de agosto, os brasileiros poderão abastecer seus veículos com uma gasolina com parâmetros de qualidade semelhantes aos europeus e norte-americanos; o custo, porém, será maior.

Maior eficiência energética, que proporciona mais autonomia aos veículos, menor índice de emissões e redução da probabilidade de adulterações, feitas por meio dos combustíveis formulados. Essa é a proposta da nova gasolina nacional, que deve passar a ser produzida nas refinarias com as novas características a partir de 3 de agosto. A gasolina importada também deverá ter as mesmas características. 

A mudança da especificação foi estabelecida pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em janeiro deste ano. De acordo com o órgão regulador, a partir de 3 de agosto as distribuidoras de combustíveis ainda terão prazo de 60 dias para escoarem os volumes do produto atualmente comercializado de seus tanques, e os postos revendedores, prazo de 90 dias. 

Está prevista ainda uma segunda fase da mudança, que entrará em vigor em janeiro de 2022. Na primeira etapa, o valor mínimo de octanagem da gasolina deverá ser 92. A partir de 2022, ele sobe para 93. Já para a gasolina premium, esse valor será de 97, já a partir de 3 de agosto. Vale explicar que quanto maior a octanagem, maior a eficiência do motor do veículo. 

As regras foram estabelecidas pela Resolução ANP 807/2020, de acordo com estudos e pesquisas dos padrões de qualidade efetuados pela agência, que em nota ressaltou que a mudança “considerou o acompanhamento das especificações e harmonizações internacionais, bem como de amplos debates com os agentes econômicos do mercado de combustíveis”. 

Preço maior

Na prática, para os consumidores, a perspectiva é de que o novo combustível dure um pouco mais no tanque, já que promete maior eficiência energética ao veículo. De acordo com a Petrobras, a redução de consumo estimada ficará entre 4% e 6%. O aumento de preço da nova gasolina ainda não foi divulgado, mas a perspectiva é de que seja um percentual proporcional a isso. 

No entanto, é importante esclarecer que a mudança de especificação está sendo feita na gasolina A, ou seja, no produto puro. No Brasil, toda a gasolina comercializada nos postos de combustíveis contém 27% de etanol anidro, conhecida como gasolina C. 

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Isso significa que, de qualquer forma, o preço do produto na bomba depende de algumas outras variáveis. Além do percentual de etanol, existem impostos que incidem sobre os combustíveis (ICMS, PIS/Cofins e Cide) e que, no caso da gasolina, representam mais da metade do valor final do litro, além de margens de distribuição e de revenda e custos logísticos. 

Independentemente do aumento de preço, o grande benefício para os consumidores é mesmo a  melhor qualidade da gasolina. Nos veículos com injeção direta de combustível, o risco de entupimento, com a consequente necessidade de troca de injetor (peça que pode custar mais de mil reais) é reduzido. 

De qualquer forma, como no Brasil grande parte da frota é composta por veículos flex (que rodam tanto com gasolina quanto com etanol), um eventual aumento de preço do combustível fóssil não significa que os consumidores terão impactos diretos em suas contas. Afinal, se considerarem o valor elevado, basta abastecer com o combustível derivado de cana. 

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